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FAqTO, as novas cabras LGBTQIA+ do Porto

FAqTO cabras queer Porto activismo LGBT.png

Nasceu há escasos dias na internet. É o mais recente colectivo LGBTQIA+ em Portugal. E como não podia deixar de ser o dezanove.pt é o primeiro a dar-te a conhecer mais sobre o FAqTO, o colectivo que para já só tem mulheres e emana da cidade do Porto.

dezanove: Como surgiu a ideia de criar o FAqTO?

FAqTO: A ideia do colectivo surgiu como forma de suprir uma deficiência que temos no Porto. Temos poucas actividades LGBTQIA+. Temos poucas oportunidades de falar do tema fora da época das marchas. Queremos mudar isso. O nosso intuito é trazer à baila aquilo que achamos importar para a comunidade.

 

Quem deu o pontapé de saída do FAqTO? Qual o background de quem está a fundar este colectivo?

Foi uma ideia conjunta de um grupo de pessoas que já fazem activismo em outras associações e colectivos e decidiram juntar-se para mudar o panorama de actividades para a comunidade LGBTQIA+ no Porto. Temos uma média de idades de 25 anos e  formação em Comunicação, Psicologia, Letras, Ciências e Artes do Espectáculo.

 

Que actividades têm em mente desenvolver? E onde?

A nossa área de actuação será o Porto, mas não sabemos o que futuro reserva. Pretendemos desenvolver actividades e projectos de interesse para a comunidade. A primeira actividade organizada por nós ainda está no segredo dos deuses. Podemos apenas adiantar que será em breve.

 

Por quê a associação do vosso logótipo a uma cabra?

O nome do colectivo tem uma referência directa, embora obscura, a cabras. Eis aqui a explicação do nome, que automaticamente explica o porquê da cabra como lógotipo, na nossa visão: Fato é uma palavra de origem duvidosa que tem como um dos seus significados "Rebanho, especialmente de cabras", tendo em conta que isto aqui é só gajas e cabra é um nome que nos chamam algumas vezes quando damos a nossa opinião, achamos que fazia sentido. Contudo, não somos umas cabras quaisquer, somos cabras ibex, porque estas fulanas são conhecidas por escalarem montanhas e uma barragem com inclinação de quase 90º com uma pinta descomunal

cabras ibex.jpg

Queer, antes sinónimo de esquisito ou estranho e considerado termo pejorativo durante muito tempo, é uma palavra utilizada actualmente como um termo identitário por pessoas que não se encaixam na rigidez que o sistema normativo impõe à identidade de género, orientação sexual e expressão de género, servindo como forma de identificar tudo o que é não-normativo. Além disso, também é usado como um termo guarda-chuva para denominar toda a comunidade LGBT.

Já que somos todas pela reapropriação de termos, pensamos assim: "Porque não nos apropriamos do nome dado a um rebanho de cabras - nome que nos chamam sempre que damos a nossa opinião de forma mais veemente - e reforçamos que somos queer ao mesmo tempo? Cabras Queer soa bem, mas Fato Queer soa melhor. Afinal, se escrevermos FAqTO e pronunciarmos como "facto" até fica jeitoso!"

 

Nota do dezanove.pt: As entrevistadas do FAqTO preferem, para já, manter o anonimato.

 

3 comentários

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    Verônica 20.04.2015 23:39

    Como pessoa que vive no Porto, discordo. Compreendo que há outros sítios que precisam mais projetos ou que precisam de projetos ponto final, mas em que isso invalida que pessoas do Porto decidam fazer coisas no Porto por sentirem que há essa necessidade?
  • Sem imagem de perfil

    Alecia Fluffy 22.04.2015 05:26

    Verônica (e Magaída também, hihihi), não estou a invalidar a necessidade de este tipo de actividades de forma alguma, acho-as importantes, e cheguei a referir que apoio completamente. A minha objecção resume-se simplesmente ao facto de, se existem pessoas com tais capacidades, porque não levar estas actividades primeiramente a onde são mais necessárias? Eu ainda me lembro de um tempo em que a maioria de nós olhava para uma certa cidade ou país e dizia-mos "sim, claro, porque não fazemos isso aqui também?", mas esses tempos parecem estar no retrovisor, juntamente com a internet por cabo telefónico. À medida que nos tornamos mais e mais uma comunidade global, parece que passamos do "vamos copiar aquela cidade" ou "vamos combater aquele problema naquela cidade" para algo mais do género "ah... ok, é ali... fixe" ou "vamos combater cá para que não chegue cá!". Parece que quanto mais nos conectamos, mais perdemos a sensação de realmente estarmos conectados e nos tornamos mais e mais egoístas. E eu acredito que isso ajuda a esta moda de cada vez mais vermos ser provado o facto de sermos apenas tão fortes quanto o nosso elo mais fraco. Não quero insinuar que o Porto é perfeito e que não precisa de melhorias, mas quero sim afirmar categoricamente que, em comparação com a Madeira e partes de Portugal de igual condição, não me parece ser o mais necessitado deste tipo de iniciativas. Acho que até Lisboa é mais carenciada, com o género de homofobia interiorizada que vejo por lá! Mas isso não posso afirmar com certezas, não sou propriamente sociável, pelo que posso ter simplesmente conhecido os indivíduos menos caricatos, digamos (sendo alguns deles madeirenses que para lá se mudaram e parece que pioraram). Em suma e conclusão: apoio a iniciativa, quero ver o que vai de lá sair, mas preciso que comecem também a se importar por quem não tem um quíntuplo do que as grandes cidades têm porque onde não há nada é onde é preciso mais. Só isso...
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